Fátima Felgueiras acredita que condenação não deixa dúvidas quanto à sua inocência.


A autarca felgueirense, acusada de vinte e três crimes relacionados com corrupção e abuso de poder, emergiu vitoriosa do tribunal onde foi condenada a três anos e três meses de prisão em pena suspensa e à perda do seu mandato, comemorando com os muitos munícipes fiéis que a esperavam aquilo que considerou ser o fim de um longo pesadelo. “A justiça funcionou”, disse. “Depois de tamanho enxovalho, esta condenação prova de forma inequívoca a minha inocência e repõe a dignidade do município e dos felgueirenses, mesmo que esta nunca tenha sido questionada.” As declarações foram recebidas com gritos de júbilo, vivas à presidente da câmara, insultos aos acusadores e uma ou outra proposta de canonização em vida. Sem demoras, Felgueiras despediu-se dos populares e entrou numa ambulância dos bombeiros locais convertida em viatura de luxo (com colchão de água na maca e um pequena banheira de hidromassagem), desculpando-se com a necessidade de fazer uns levantamentos urgentes no banco. Os munícipes devotos permaneceram no local para clamar inocência de outro réu, António Constantino, conhecido carinhosamente como Toni Psicopata, injustamente acusado de homicídio e profanação de cadáver depois de ser detido junto a um corpo ainda quente, segurando uma faca ensanguentada e com um rim humano preso nos dentes.
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