Maomé e as Pussy Riot




Pedro Picoito, no post "Maomé e as Pussy Riot":

"Dá que pensar o nosso desigual acolhimento à  performance das Pussy Riot numa igreja de Moscovo e ao filme americano sobre Maomé que incendiou a rua islâmica. A primeira é um acto de liberdade e uma obra de arte, o segundo é irresponsável e kitsch. Curiosamente, ninguém notou que o protesto anti-Putin num local de culto poderia ser tão ofensivo para os ortodoxos como a sátira do Profeta para os muçulmanos. Curiosamente, ninguém se incomodou com a mistura entre política e religião das punks russas (que seria criticado por todos, e bem, se viesse de D. Januário ou do Arcebispo de Westminster). O que mostra como o “desencantamento do mundo”, assim lhe chamou Max Weber, nasce também do Romantismo: já não nos choca a profanação de um espaço sagrado e, mais do que isso, a arte ocupou o lugar da religião. Ora, tirando o puro medo que se lê nas entrelinhas (Hillary Clinton, por exemplo), a que se deve esta duplicidade de critérios? E como não cair em tal duplicidade, que atenta contra a igualdade de todos os cidadãos?"

História moderna do Médio Oriente em 10 minutos

Aborto Ortográfico




«Estamos para com o Acordo Ortográfico, uma aberração sem sentido que não merece sequer que se lhe discuta qualquer mérito, como se esteve para com o disparo do défice e da despesa pública: deixa-se andar e depois vê-se no que dá. Já sabemos o que deu o défice e a dívida. A única força que sustenta o Acordo é a mesma que condenou o país a esta crise profunda: inércia. Está na altura de lhe bater o pé com força, e a causa contra o Acordo até na rua terá sucesso. Bem que o Acordo podia ir junto com a TSU fazer companhia à meia hora de trabalho suplementar.»
(José Pacheco Pereira, Abrupto)

Touradas e outros divertimentos.




Está na moda dizer que o público "se diverte" quando uma corrida é boa. Que me lembre, o termo "divertimento" começou a ser aplicado ao espectáculo taurino em Espanha, por alguns matadores mais gaiteiros, estilo Jesulín de Ubrique ou El Cordobés, filho. Ao presenciarem o salto de la rana e outras finezas, os espectadores não podiam deixar de se rir, e, consequentemente, de se divertir... A moda atravessou a fronteira, e desde aí é vulgar ouvir os nossos artistas e alguns "críticos" concluírem, no fim de um espectáculo animado, que estiveram bem, porque o público se divertiu.


Antigamente, quem se queria divertir ia ao circo ou ao teatro, rir com uma boa comédia. Agora vai-se aos touros. Ao som do pasodoble, batem-se palminhas. Pouco importa que o cavaleiro crave os ferros a cilhas passadas ou que a montada sofra toques: tudo se aplaude, tudo é motivo de "diversão". Não dá mesmo vontade de rir?

Citando Joaquim Grave:




«Se a sorte de varas é o teste para avaliar a bravura de uma rês (...) como se pode avaliar a bravura num Concurso de Ganadarias lidado a cavalo?
Não se pode avaliar a bravura na sua plenitude numa lide a cavalo. Apenas se fica com uma ideia do estilo de investida, pouco mais.»

(Joaquim Grave, ganadeiro, entrevistado sobre o Concurso de Ganadarias de ÉvoraDiário do Sul, 12-05-09)

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O império da corrupção.



«Os nobres romanos tiveram um agudo sentido da autoridade e da majestade do seu Império, mas era-lhes desconhecido aquilo que nós chamamos a noção do Estado, ou do serviço público. Distinguiam mal funções públicas e dignidade privada, finanças públicas e bolsa pessoal.
(...)
O funcionário íntegro é uma excentricidade [eu chamar-lhe-ia fantasia para entreter papalvos *] do Ocidente moderno; em Roma, cada superior pilha os seus subordinados, tal como se fazia nos impérios chinês ou turco, onde tudo fuincionava por subornos, e que não deixaram por isso de dar mostra de uma capacidade multissecular de dominação.O exército romano não deixava de ser eficaz por via dos curiosos costumes que, ao mesmo tempo, possuía: "tradicionalmente, os soldados pagavam um suborno aos oficiais para isenção de serviço, ainda que um quarto ou quase dos efectivos de cada regimento se entretivesse com frivolidades ou se pavoneasse nos aquartelamentos: contanto que o oficial tenha recebido o pagamento... Os soldados arranjavam o dinheiro necessário através de roubo ou do banditismo, ou então fazendo trabalhos de escravo. Se um soldado era um pouco mais rico, o oficial enchia-o de faxinas e de pancada até ele lhe comprar a dispensa"; pensamos estar a ler não Tácito, mas as Nouvelles asiatiques de Gobineau. Qualquer função pública era um racket onde os encarregados faziam pagar os subordinados e onde todos juntos exploravam os administrados: assim aconteceu no tempo da grandeza de Roma e no do seu declínio.

A menor função pública (militia), a de escrivão ou de contínuo, era vendida pelo antigo titular ao candidato à sucessão, já que se tratava de uma espécie de renda representada pelas "luvas"; para além disso, o recém-chegado devia dar uma gratificação substancial (sportula) ao seu chefe de repartição. No Baixo Império, os mais altos dignitários,designados pelo imperador, deveriam entregar uma... ao Tesouro imperial; (...)
E como qualquer nomeação assentava em recomendações de "patronos" que gozavam dos favores da corte, as recomendações (suffragia) vendiam-se ou, pelo menos, pagavam-se; se o patrono não mantivesse a sua palavra, a vítima não hesitava em apresentar queixa perante os tribunais. Os corretores (proxenetae) especializavam-se nas transacções de recomendações e de clientelas (amicitiae), mas a sua profissão estava publicamente desacreditada.(...)

Aos subornos acrescentavam-se as extorsões praticadas pelos altos mandarins. (...)
Cícero, depois de um ano de governo de uma província, ganhou apenas o equivalente a mil milhões dos nossos cêntimos e pôde  daí tirar glória: era muito pouco. (...)
Não se servia o Estado, servia-se no Estado, ao mesmo tempo em serviço próprio; esta concepção pode ser censurável, mas, psicologicamente, um corsário não é um oficial de marinha de alma corrupta.
A questão não é ser íntegro, mas ter tacto, à maneira de um comerciante que não deve deixar a clientela perceber que vende só em seu próprio interesse. Ora, enquanto os governantes se servem servindo o imperador, as populações oprimidas desejam poder acreditar que esses senhores paternais as oprimem para o seu próprio bem. "Sê obediente e o governador amar-te-á", escreve S.Paulo. É preciso portanto enriquecer sem impedir, por atitudes demasiado explícitas, a possibilidade dessa crença; o interesse dos funcionários nos lucros do poder não deve desmentir o desinteresse do poder em si próprio De tempos a tempos um processo público dava um exemplo e a cabeça de um governador caía, ou pelo menos a sua carreira: esse desastrado tinha manifestado sentimentos cinicamente interesseiros; tinha sido descoberta uma carta onde ele escrevia à sua amante: "Que alegria! Que alegria! regresso para ti livre das minhas dívidas, depois de ter posto à venda metade dos meus administrados".»

- Paul Veyne, in História da Vida Privada


E no meio deste estarrecedor espelho, ó caros confrades e otários, onde é que situais a tão propalada ética repúblicana, a tão cantada soberania popular ou a não menos diáfona igualdade dos cidadãos perante a lei, que vos alumiam o paleio e canonizam a submissão?...
Este trecho, então - "Qualquer função pública era um racket onde os encarregados faziam pagar os subordinados e onde todos juntos exploravam os administrados" - é uma perfeita antecipação do vosso tão augusto "estado social". Basta actualizar "administrados" por "contribuintes".

Títulos e títeres.




Em todo o caso, não percebo tanto escarcéu de cada vez que descobrem um falso doutor entre os ministros ou um falso engenheiro entre os chanceleres. Já a evidência recorrente e corriqueira de , por obra e graça de eleição, tanto doutor e engenheiro se transformar em falso ministro ou em pseudo-chanceler  não parece incomodá-los minimamente. Para não variar, aponta-se o cisco, a pentelhice na vista alheia e faz-se de conta que o argueiro - melhor dizendo, a trave descomedida - no olho próprio, embora cego, é perfeitamente natural. O escandalinho funciona assim como quê - paliativo para a imunda resignação?
E sempre pergunto: qual é o espanto? O escândalo é ele ter-se feito doutor em doze meses? Num país em que centenas de milhar se fizeram democratas numa noite - a mesma velocidade que qualquer eleito leva a mudar de nacionalidade, só que de dia e passada meia-hora de investidura -, o que é que isso tem de extraordinário?...

A sério, um ex-país infestado de gente com testículos postiços, coluna gasosa, moral descartável e lógica de conveniência consegue  ainda indignar-se com um título postiço? Não, isso é que é assombroso.

Apostar na tauromaquia é apostar na CULTURA e no EMPREGO!



CAPOTAZO
Grande Crónica do Jornalista da TSF Fernando Alves que fala de como apostar na tauromaquia é apostar na cultura e no emprego!

“O município de Guijo de Galisteo, na província espanhola de Cáceres, realizou ontem um referendo sobre o destino a dar a uma verba de 15 mil euros. Os eleitores das três povoações do município (Guijo, El Batán e Valrio) eram chamados a decidir se essa verba iria subsidiar três corridas de touros este Verão ou deveria antes ser aplicado na contratação de trabalhadores eventuais. O desemprego está a atingir valores impressionantes em Espanha e é preciso enfrentar o problema de qualquer maneira, pelos cornos ou de cernelha.

Mas só os eleitores de Guijo deram primazia ao emprego. Os de Batán e Valrio decidiram que o dinheiro deveria servir para apoiar as touradas. No conjunto do município, o resultado do referendo foi claro: 242 votos pelos touros, 181 pelo emprego. Um portal electrónico espanhol titulava com ironia: “Los toros dan capotazo al empleo”. A notícia confirma a tese de Llorca de que “o toureio é a maior riqueza poética e vital de Espanha”.
Faz agora dois anos, quando o parlamento regional da Catalunha aprovou a proibição das touradas, Placido Domingo terminou a actuação no Teatro Real de Madrid ensaiando com uma capa vermelha uma série de capotazos em pleno palco. O público aplaudiu o tenor durante meia hora, aos gritos de “torero! torero!”.
Este fim de semana Plácido Domingo esteve em Lisboa na qualidade de presidente da organização Europa Nostra. Nos claustros dos Jerónimos, diante de mil convidados, ele sublinhou a IMPORTÂNCIA DA CULTURA NA CRIAÇÃO DE EMPREGO E NO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. E referiu-se ao património que “é sacrificado por pequenos ganhos económicos e políticos”.
Não há dúvidas quanto ao modo como teria votado Placido Domingo se tivesse participado no referendo de Guijo de Galisteo. DEFENSOR DAS TOURADAS E DA CRIAÇÃO DE EMPREGO ele teria votado no sentido da maioria. Mesmo se aparentemente esse voto coloca o senso comum no lugar do touro que vai ser lidado, no sentido em que o grande toureiro Domingo Ortega explicava a lide: “Tourear”, dizia Ortega, ” é levar o touro aonde ele não quer ir”.”
BRAVO!
Pode ouvir aqui.

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Comunicado da Prótoiro sobre debate na AR.



DEBATE DOS PROJECTOS DE LEI DO BE TRADUZIU-SE NUMA CLARA DERROTA DOS ARGUMENTOS ANTI TAURINOS.

O debate público ocorrido na sexta-feira passada, acerca dos projectos de lei do BE (contra a transmissão televisiva de touradas na RTP, a limitação da transmissão das mesmas nos canais privados e o fim do “financiamento” público das actividades que possam infligir “sofrimento” a animais) traduziu-se numa derrota em toda a linha das pretensões dos anti-taurinos e numa retumbante vitória taurina. A realidade do debate revelou uma embaraçosa carência de argumentos validos por parte dos que querem atentar contra a liberdade cultural dos portugueses.

Desta forma a PRÓTOIRO gostaria de salientar o seguinte:

a)      Agradecer a presença dos vários agentes e aficionados da Festa que disseram “sim” ao apelo da PRÓTOIRO; 

b) Por outro lado, agradecer a presença da Plataforma de defesa comum que redimensiona estes debates e apanhou a deputada Catarina Martins (BE) completamente desprevenida. Agradecemos a presença dos representantes da CAP, a Fencaça, ANPC, Federação Portuguesa de Falcoaria, Federação Portuguesa de Pesca à Linha, além de representantes autárquicos, na pessoa do Comandante António Valente, responsável pelo pelouro da Cultura da autarquia de Santarém.

A defesa institucional da Festa e de todos os sectores que envolvem a utilização de animais faz-se agora com um peso completamente diferente e, num País onde se discutem eleições por um punhado de votos, os nossos políticos terão, daqui para a frente, de dar ouvidos a quem representa de facto a realidade social do país e não grupelhos virtuais.

c)      O debate revelou um claro ascendente taurino, tendo sido destacada a vertente cultural e social, mas sobretudo económica da Festa. Estas iniciativas do BE foram classificadas pela PORTOIRO com uma forma de “fascismo cultural”, uma vez que a intenção do BE é impor a sua visão subjetiva a todos os portugueses, violando a sua liberdade individual. 

Perante as campanhas demagógicas e difamatórias que têm vindo a ser lançadas sobre os apoios pontuais das Câmaras Municipais às actividades culturais taurinas, o Comandante António Valente, vice-presidente da autarquia de Santarém, destacou que estes apoios pontuais são atribuídos a todos os sectores culturais nos municípios, sem qualquer distinção da tauromaquia. No que concerne à Câmara de Santarém, se estes ataques voltarem, o assunto terá de ser resolvido em tribunal, e os difamadores responsabilizados.

d)      Repudiar veementemente a insultuosa declaração da presidente da associação ANIMAL ao comparar a posição de um toiro bravo com o de um surdo-mudo ou de um deficiente mental. A irresponsabilidade tem limites e há coisas que exigem respeito e decoro. Estas declarações insultuosas para com os deficientes retratam bem a postura de quem as profere;

e)       Repudiar o facto de na declaração final do Bloco de Esquerda, pela mão da deputada Catarina Martins, esta se ter desculpado perante a audiência anti-taurina com um “sabemos que muitos de vocês queriam mais”, revelando, assim, as verdadeiras intenções e compromissos deste partido;

f)    Tal como referido durante o debate, aguardamos a possibilidade de nos defendermos em tribunal da intenção demonstrada pela presidente da associação ANIMAL, há alguns meses atrás, em processar a PRÓTOIRO por difamação. 

g)      Congratulamo-nos com o facto de o Bloco de Esquerda se ter visto obrigado a reconhecer que as touradas são uma realidade cultural contra a qual nem mesmo o Bloco de Esquerda tem capacidade de se insurgir. Estes projectos tratam-se, obviamente, e tal como a PRÓTOIRO teve oportunidade de referir, de um aproveitamento demagógico com o objetivo de danificar a imagem da tauromaquia acusando-a de receber apoios milionários, o que é obviamente falso;

Todos estão convocados para a defesa e promoção da Festa! Todos os aficionados têm de ser Embaixadores desta magnífica expressão cultural e artística da alma Portuguesa.
Pela defesa da nossa Cultura, Identidade e Liberdade! Juntos somos mais fortes!
PROTOIRO

XIV Feira da Gastronomia e Artesanato de Marvão


(Clicar na imagem para aumentar)

O BOM GOSTO, atinge o seu máximo esplendor no segundo fim-de-semana de Julho, a tradicional Feira da Gastronomia, no castelo, dá a provar as receitas tradicionais da nossa terra, famosa também pelo receituário rico de influências mediterrânicas e raianas que transforma a gastronomia alentejana, num festival de sabores e cores vivas.
O ex-libris do Turismo no Alto Alentejo, o Castelo de Marvão, vai receber nos dias 7 e 8 de Julho mais uma edição desta feira, num ambiente de festa, cultura, muita animação, boa comida, servida num único jantar, mas com muitas tasquinhas onde poderão apreciar os diversos petiscos, tapas, enchidos, vinhos, …
Pretende-se também privilegiar as competências técnicas e profissionais dos artesãos e dos empresários do nosso concelho, proporcionando-lhes espaços de exposição, encontrará produtos como azeites, bolinhos, doces, licores, sumos naturais, bijuteria, bordados com casca de castanha, artesanato urbano, flores naturais, etc. Contamos com mais de 2 dezenas de stands e tasquinhas.
As Sunset Parties vão criar ambiente de festa e animação para todos os jovens, com as atuações dos Aldaba (Grupo de Musica e Dança Popular Espanhola) e o Dj Nuno Garcia podendo divertir-se ao som da boa música ao mesmo tempo que comtemplam um bonito pôr-do-sol a partir do castelo.
Para animar o jantar de dia 7, contaremos com a presença de três vozes femininas a cantar o fado, Mara Pedro, de Viseu, voz jovem bastante promissora, que tem participado em inúmeros concursos televisivos e as nossas conterrâneas Dina e Helena Fé, de Portalegre.
Nesta edição da Feira, sendo Marvão um concelho cheio de afición, a Corrida de Toiros noturna em Santo António das Areias, com a participação dos Cavaleiros: Sónia Matias, João Moura Caetano e Marco José, será um dos pontos altos da festa e complementa na perfeição toda a tradição e arte que se podem constatar neste soberbo fim-de-semana em Marvão
No Domingo, abrem-se de novo as portas do Castelo com as tasquinhas, os stands de artesanato e produtos locais e para alegrar o fim de tarde o Grupo Pedro & Pedro marcará presença, encerrando assim mais uma edição deste evento.
Venha Visitar, Desfrutar, Ouvir, Sentir e Saborear o que há de melhor em Marvão! Esperamos por si!

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Corrida de touros em Santo António das Areias.


No próximo sábado, dia 7 de Julho, realiza-se na Praça de Toiros de Santo António das Areias pelas 22 horas, a tradicional Corrida de Toiros. Em praça vão estar os cavaleiros Sónia Matias, João Moura Caetano e Marco José e serão lidados toiros da prestigiada ganadaria de Manuel Rosa Tátá. Em disputa estará também o troféu da Casa do Povo de Santo António das Areias para a melhor pega com os grupos de Forcados de Cascais, Portalegre e Arronches.
A iniciativa insere-se nas atividades da Feira da Gastronomia de Marvão
Os bilhetes já estão à venda na Casa do Povo de Santo António das Areias 
 
Telefone 245 992 157

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Educar para exigir.



O «El País» apresenta na manchete da sua edição dominical umas declarações do capitão da selecção espanhola, Iker Casillas, em que o guarda-redes afirma, no dia em que «la roja» pode conquistar o seu terceiro título consecutivo, que esta geração foi «educada para ganhar». É esse o ponto. O projecto de Barcelona '92, já lá vão duas décadas, continua a dar frutos em todas as modalidades para o país vizinho, não apenas no futebol. Quanto a Portugal, tem matéria prima de grande qualidade, mas tem faltado educação e mentalidade para vencer complexos e derrotar os «Golias» com quem competimos. Ainda assim as excepções também acontecem. Ana Dulce Félix sagrou-se há minutos campeã europeia dos 10 mil metros nos campeonatos de Helsínquia. Aproximam-se os Jogos Olímpicos. Vão ser pedidas medalhas. Se não chegarem, vão chover os insultos e os impropérios. Ponham os olhos na Espanha: eduquem primeiro e exijam depois.
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Portugal nas meias-finais do Euro 2012.





Vinte remates portugueses à baliza de Petr Cech e apenas dois remates checos à baliza de Rui Patrício. Esta estatística diz quase tudo sobre o jogo dos quartos-de-final disputado ontem no Estádio Nacional em Varsóvia: ataque continuado dos portugueses, que dominaram toda a segunda parte com clara superioridade táctica, física e técnica sobre a selecção checa, campeã das faltas neste Europeu. Só houve equilíbrio entre as duas equipas nos primeiros 20 minutos do encontro, disputado num relvado em péssimo estado - algo indigno de uma competição de alto nível como o Euro 2012 é.
Os checos, apesar de terem descansado mais 24 horas dos que os portugueses, mostraram condição física muito inferior. E nunca revelaram soluções tácticas para romper a muralha defensiva portuguesa. À medida que a selecção de Paulo Bento ia progredindo no terreno, tornava-se evidente qual era a selecção que passaria às meias-finais. Só faltava afinar a pontaria à frente: Cristiano Ronaldo, repetindo o que já sucedera contra a Holanda, voltou a rematar duas vezes ao poste.
Mas tantas oportunidades teriam forçosamente de se concretizar num golo, aliás só adiado por mérito de Cech. Aconteceu aos 78', novamente com a assinatura de Ronaldo - de longe o melhor em campo, tal como acontecera no jogo anterior. Agora há que preparar o próximo confronto, com a Espanha ou a França - antecipadamente convictos que todos os cenários são possíveis. Paulo Bento e os seus jogadores têm o direito de sonhar com o título europeu. E até hoje não vi neste Europeu nenhuma equipa que o merecesse tanto.

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Alcochete: fábrica de talentos.



Artigo completo aqui.

Portugal nos quartos de final do Europeu 2012.




É uma péssima noite para os Velhos do Restelo, que já salivavam na perspectiva de um afastamento da selecção portuguesa do Europeu. Para azar deles, Portugal segue em frente. Com uma merecida vitória sobre a Holanda, equipa que é vice-campeã mundial mas que nada fez na Ucrânia para confirmar este estatuto. E com dois golos marcados pelo nosso melhor jogador:Cristiano Ronaldo surgiu finalmente nesta fase final do Euro 2012, em Carcóvia (Ucrânia), ao seu melhor nível. Bisou no marcador, rematou outras duas vezes ao poste e ainda deu mais alguns possíveis golos a marcar aos colegas, designadamente a Nani e Fábio Coentrão.
Muito melhor do que no jogo contra a Alemanha, ainda melhor do que no jogo contra a Dinamarca, Portugal fez aquilo se impunha a partir do primeiro quarto de hora. Pressionou os holandeses, revelou-se um conjunto muito mais coeso e eficaz, não se deixou fragilizar perante o golo inicial dos adversários e viu Cristiano Ronaldo - de longe o melhor jogador em campo - recuperar o estatuto que lhe cabe com todo o mérito: o de única vedeta com fama mundial a jogar neste Campeonato da Europa de futebol. Para frustração das cassandras cá do burgo, algumas das quais até foram exigindo ao longo da semana que Paulo Bento lhe retirasse a braçadeira de capitão.
Tiveram uma péssima noite, essas cassandras que torciam pela supremacia de jogadores como Van Persie e Sneidjer, totalmente vulgarizados pelos portugueses. Bem as vi, há pouco, na televisão: olhando para aqueles semblantes fechados, mais parecia que estavam num velório. Azar delas: enquanto fazem má cara, Portugal festeja.


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Equimondego.







Pobres de espírito.



«Neste Euro-2012 há um jogador que está a irritar-me, e nem sequer foi inscrito. Chama-se Messi. A culpa não é dele, claro. É de quem o leva para todos treinos, todas as conferências, todos os estádios onde está Portugal, onde aparece Cristiano Ronaldo. Estou farto de Messi, de ouvir falar em Messi, de ver Messi chamado por tudo e por nada. Não percebo a relevância».
 -    Luís Sobral - MaisFutebol    -

Observação: Rara é a ocasião em que estou de acordo com este jornalista. Hoje, sobre esta temática, faço eco das suas palavras. Também estou farto de ouvir falar em Messi,  sem qualquer razão de ser, e lamento verificar um determinado número de portugueses nessa insólita onda. Sobral diz que não percebe a relevância. Na realidade não há relevância para perceber. Há sim um sentimento de inveja, um qualquer complexo de inferioridade perante quem conseguiu triunfar na vida e, sobretudo, para uns quantos, o conceito de que desacreditar o jogador é sinónimo de desacreditar a sua origem clubista. Tudo em nome da liberdade de expressão e de um perverso sentido de «fair-play».   

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Má sorte ter sido polvo.


O polvo Paulo vai retirar-se da carreira de adivinho. De acordo com o comunicado do Sea Life, depois de ter falhado um único prognóstico (derrota de Portugal contra a Dinamarca) irá treinar outras habilidades que incluem desarrolhar tampas de frascos, resolver labirintos, e distinguir padrões e formas, através da utilização dos tentáculos. O Joaquim Rita tem falhado muito mais e não consta que vá dedicar-se a sacar rolhas.
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Carta de José Mourinho à Selecção Nacional.




Sou português há 47 anos e treinador de futebol há dez. Sendo assim, sou mais português do que treinador. Posto isto, para que não restassem dúvidas, vamos ao que importa...

As Selecções Nacionais não são espaços de afirmação pessoal, mas sim de afirmação de um País e, por isso, devem ser um espaço de profunda emoção colectiva, de empatia, de união. Aqui, nas selecções, os jogadores não são apenas profissionais de futebol, os jogadores são além disso portugueses comuns que, por jogarem melhor que os portugueses empregados bancários, taxistas, políticos, professores, pescadores ou agricultores, foram escolhidos para lutarem por Portugal. E quando estes eleitos a quem Deus deu um talento se juntam para jogar por Portugal, devem faze-lo a pensar naquilo que são - não simplesmente profissionais de futebol (esses são os que jogam nos clubes), mas, além disso, portugueses comuns que vão fazer aquilo que outros não podem fazer, isto é, defender Portugal, a sua auto estima, a sua alegria.

Obviamente há coisas na sociedade portuguesa incomparavelmente muito mais importantes que o futebol, que uma vitória ou uma derrota, que uma qualificação ou não para um Europeu ou um Mundial. Mas os portugueses que vão jogar por Portugal - repito, não gosto de lhes chamar jogadores - têm de saber para onde vão, ao que vão, porque vão e o que se espera deles.

Por isso, quando a Federação Portuguesa de Futebol me contactou para ser treinador nacional, aquilo que senti em minha casa foi orgulho; do que me lembrei foi das centenas e centenas de pessoas que, no período de férias, me abordam para me dizerem quanto desejam que eu assuma este cargo. Isto levou-me, pela primeira vez na minha vida profissional, a decidir de uma forma emocional e não racional, abandonando, ainda que temporariamente, um projecto de carreira que me levou até onde me levou.

Desculpem a linguagem, mas a verdade é que pensei: Que se lixem as consequências negativas e as críticas se não ganhar; que se lixe o facto de não ter tempo para treinar e implementar o futebol que me tem levado ao sucesso; por Portugal, eu vou!

E é isto que eu quero dizer aos eleitos para jogar por Portugal: aí, não se passeia prestigio; aí, não se vai para levar ou retirar dividendos; aí, quem vai, vai para dar; aí, há que ir de alma e coração; aí, não há individualidades nem individualismos; aí, há portugueses que ou vencem ou perdem, mas de pé; aí, não há azias por jogar ou por ir para o banco; aí, só há espaço para se sentir orgulho e se ter atitude positiva.

Por um par de dias senti-me e pensei como treinador de Portugal. E gostei. Mas tenho que reconhecer que o Real Madrid é uma instituição gigante, que me «comprou» ao Inter, que me paga, e que não pode correr riscos perante os seus sócios e adeptos. Permitir que o seu treinador, ainda que por uns dias, saísse do seu habitat de trabalho e dividisse a sua concentração e as suas capacidades era impensável.

Creio, por conseguinte, que o feedback que saiu de Madrid e chegou à Federação levou a que se anulasse a reunião e não se formalizasse o pedido da minha colaboração.

Para tristeza minha e frustração do presidente Gilberto Madail.

Mas, sublinho, agora já a frio: foi e é uma decisão fácil de entender. Estou ao leme de uma nau gigantesca, que não se pode nem se deve abandonar por um minuto. O Real decidiu bem.

Fiquei com o travo amargo de não ter podido ajudar a Selecção, mas fico com a tranquilidade óbvia de quem percebe que tem nas suas mãos um dos trabalhos mais prestigiados no mundo do futebol. 

Agora, Portugal tem um treinador e ele deve ser olhado por todos como «o nosso treinador» e «o melhor» até ao dia em que deixar de ser «o nosso treinador». Esta parece-me uma máxima exemplar: o meu é o melhor! Pois bem, se o nosso é Paulo Bento, Paulo Bento é o melhor.

Como português, do Paulo espero independência, capacidade de decisão, organização, modelagem das estruturas de apoio, mobilização forte, fonte de motivação e, naturalmente, coerência na construção de um modelo de equipa adaptada as características dos portugueses que estão à sua disposição. Sinceramente, acho que o Paulo tem condições para desenvolver tudo isso e para tal terá sempre o meu apoio. Se ele ganhar, eu, português, ganho; se ele perder, eu, português, perderei. Mas eu também quero ganhar.

No ultimo encontro de treinadores que disputam a Champions League, quando questionado sobre o poder dos treinadores nos clubes, ou a perda de poder dos treinadores face ao novo mundo do futebol, sir Alex Fergusson disse (e não havia ninguém com mais autoridade do que ele para o dizer!) que o poder e a liderança dos treinadores depende da personalidade dos mesmos, mas que depende muitíssimo das estruturas que os rodeiam. Clubes e dirigentes fragilizam ou solidificam treinadores.

Eu transponho estas sábias palavras para a selecção nacional: todos, mas todos, neste país devem fazer do treinador da selecção um homem forte e protegido. E quando digo todos, refiro-me a dirigentes associativos, federativos e de clubes, passando pelos jogadores convocados e pelos não convocados, continuando pelos que trabalham na comunicação social e terminando nos taxistas, políticos, pescadores, policias, metalúrgicos, etc. Todos temos de estar unidos e ganhar. E se perdermos, que seja de pé.

Mas, repito, há coisas incomparavelmente mais importantes neste país que o futebol. Incomparavelmente mais importantes¿ Infelizmente!

Aproveito esta oportunidade para desejar a todos os treinadores portugueses, aos que estão em Portugal e aos muitos que já trabalham em tantos países de diferentes continentes, uma época com poucas tristezas e muitas alegrias.


Ao Xico Silveira Ramos, manifesto-lhe a minha confiança no seu cargo de Presidente da ANTF.

Um abraço a todos.

José Mourinho

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Grande maluco!




Kurt Eisner 


Judeu, jornalista e socialista, a 8 de Novembro de 1918 demorou poucas horas para deitar abaixo o reino da Bavária que tinha 750 anos de História.


Auto-elegeu-se Primeiro Ministro da República de Munique e desgovernou de tal modo que, um ano depois, ele próprio decidiu apresentar a demissão.

Teve azar, não foi a tempo e um monárquico conservador matou-o no caminho.

Anedotário.




«Sus enemigos tacharon su toreo de demasiado juguetón y mañoso .Su huella es tan grande que la tauromaquia paso a ser denominada “el arte de Cúchares”.
Se le atribuye una frase bien sabia :”de todas las suertes del toreo , la suerte más importante es que no le coja a uno el toro “

Su brindis ceremonioso a Napoleon III : “Brindo por vú , por la mujer de vú y por todos los vusitos”

Francisco Arjona , Cuchares (1818-1868) criado en el barrio de San Bernardo, feroz rivalidad con El Chiclanero pero al morir este en 1953 , quedo Cúchares como figura absoluta.

Maestro en recortes y galleos , dio mayor importancia al toreo con la mano derecha y a toda clase de adornos.»



Texto do livro de Andrés Amorós, La Lidia.

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Porta Grande.

Martín Burgos y Joao Moura por la Puerta Grande. 3 de junio 2012 from Plaza de Toros de Las Ventas on Vimeo.



João Moura Jr, alcançou algo que todos os cavaleiros sonham e ambicionam, mas poucos o conseguem, abrir a Porta Grande da praça mais importante do Toureio Mundial. Parabéns!


Fotos da Corrida: Mundotoro

Os beija-cus.


Chega-te, baixa-te e adora-me, poderia ser o sentido primordial da frase.

Os mais antigos cultos a Lúcifer incluíam este ritual do beija-cu. Segundo as lendas praticaram-no muitos, desde maçons a bruxas, passando por cagots e demais confrarias de artesãos marginais e heréticos, incluindo nessa crença os Templários, como é referido nas acusações de Filipe IV que levaram à sua extinção por bula papal.
As ramificações destes rituais e suas ligações aos ciclos da natureza são complexas, acabando, em muitos casos, por se entrosar com o folclore e festas populares.

O principal signo de onde vão emanar temas cristãos e outros satânicos prende-se com o osso em que terminava a coluna vertebral, em forma de amêndoa ou mandorla também apelidada mandala. Acreditava-se que era o único elemento incorruptível do corpo, cuja natureza sobrenatural o sujeitou a variadas associações que tanto podiam ir da auréola divina em que se envolve o pantocrator, como à luz que permite o renascimento cósmico dos corpos, oguilgal do ciclo das reincarnações. Central em rituais sabáticos e festas carnavalescas, esta crença hoje perdura na tradição dos carnavais de homossexuais de Nápoles, que emitam a mulher grávida a dar à luz um boneco de madeira em forma de bode cornudo.




Os maçons primitivos recolhem estes cerimoniais, em virtude da sua dupla condição: por um lado são os obreiros da Casa de Deus, mas por outro necessitam dos segredos aritméticos e dons do domínio da matéria que pertencem ao príncipe das Trevas. São o exemplo mais antigo do “cientista” desafiando o criador do alto da torre de Babel e mais tarde trocando o culto de Nemrod pelo apóstolo da dúvida: S. Tomé, sem deixarem esquecer os ritos de adoração luciferina.

No caso dos Templários as práticas satânicas são mais complexas, persistindo memórias em imagens como as do cadeiral de Amiens.

Na primeira o noviço é apresentado completamente nu e os iniciadores passam-lhe a mão por trás para verificarem se é "bem formado".


No segundo exemplo já estamos em pleno ritual, um tanto embaraçoso para ser explicado...
O iniciado senta-se e abraça-se ao “pote das rosas”. Depois os outros dois vão fazer uns “malabarismos” complicados que incluem uma velinha a ser enfiada num sítio que eu não digo, enquanto lhe é vertido o vinho (a tal água de rosas) ao longo das costas até ao dito local da rendição. O colega tem de o beber, aí mesmo, com a narigueta por lá enfiada (daí chamarem-lhe “beber amarrado”). Pelo meio ainda há mais umas “partes gagas” que incluíam o “beber no tabuleiro” que não conto e depois trocavam as voltas e repetiam tudo de novo como bons camaradas.




O certo é que imagens e descrições não faltam e não se ficam pelos sabbathsdo Goya. Em pleno século XVIII publicam-se estampas com alguns destes rituais, entretanto civilizados, como as iniciações femininas maçónicas, em que as candidatas eram rigorosamente escolhidas a dedo (e não só), já que a coisa implicava grandes exigências estéticas com exames púbicos mas pouco pudicos. Na gravura do ritual para-maçónico, recolhida pelo Abade Pérau, uma menina prepara-se para beijar simbolicamente o traseiro do mestre, neste caso sob a forma de um cãozinho de cera muito mignon.


A partir daqui juro que não sei mais nada e, se me pedirem com bons modos, até sou capaz de imaginar que tudo isto caiu em desuso. 







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Imagens:

—Antigo Testamento, manuscrito do sec. XIV, os pedreiros da torre de Babel, unidos por uma única língua, desafiam Deus fazendo-lhe facécias e o Sopro Eterno castiga-os.

—Heresia dos Vaudois, manuscrito do séc. XV. Beijo do cu do diabo durante um sabbath.
—Beija-cu, portal da catedral de Saint-Pierre, Troyes, sec. XII.

—Cadeiral de catedral de Amiens, séc XVI, apresentação do noviço para o rito iniciático.

—Cadeiral de catedral de Amiens, neófitos vestidos de loucos ladeiam o iniciado com o “pote de rosas”.

—Beijo do rabo do cão, gravura da compilação do abade Pérau, 1758.

(ver: Claude Gaignebet et J. Dominique Lajoux, art profane et religion populaire au Moyen Âge, Paris, PUF, 1985.)

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