Os filhos de Maria de Lurdes Rodrigues.


Parecia que Maria de Lurdes Rodrigues andava desaparecida em combate. Afinal, a ministra da Educação estava enredada nos "exames nacionais" e de "aferição" do ensino secundário. Pelo que se viu esta semana, mais valia ter estado quieta e calada. A escola democrática não prepara ninguém para o difícil, para a complexidade ou para a vida. A escola permite que milhares de imbecis analfabetos acedam ao ensino superior onde dificilmente conseguem escrever frases com nexo, quanto mais entender uma. A escola priva os meninos e as meninas à "dor do pensamento" enquanto o "plano tecnológico" atribui computadores e telemóveis em substituição dos neurónios. A escola facilita porque, ao facilitar, alegra as estatísticas que são a obsessão "moderna" de qualquer "política" optimista. Os "exames" que Lurdes Rodrigues veio defender em nome de umas estatísticas intelectualmente desonestas são uma vergonha. A escola esconde um embuste em nome da ânsia matemática em "apresentar serviço". A regressão na exigência corresponde à venda de gato por lebre. O governo, afinal, não pretende "qualificar" ninguém. Quer apenas sossego, acefalia, felicidade e uns belos números para apresentar em powerpoint. Como escreve a Maria Filomena Mónica em Os filhos de Rousseau, este «introduziu a ideia de que a criança era um botão de rosa» que «competiria» ao professor «estrumar». O ministério da Educação segue, como forma de propaganda, esta edificante "doutrina" que anula qualquer pretensão do "saber". Transforma alegremente os "botões de rosa" de Rousseau - que são o radioso "futuro" da pátria - em verdadeiras estrumeiras intelectuais.
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