Sócrates tenta reavivar alegações de homossexualidade para substituir alegações de corrupção.


O primeiro-ministro começará a sentir os efeitos nefastos do caso Freeport nos seus níveis de popularidade (já severamente minados pela crise económica e pelo descontentamento social) e terá manifestado aos seus colaboradores mais próximos a intenção de substituir no imaginário dos portugueses a figura hipotética do Sócrates Corrupto pela já esquecida, igualmente hipotética e menos gravosa figura do Sócrates Gay. O boato foi lançado durante a campanha eleitoral para as últimas legislativas e depressa caiu em esquecimento por total inexistência de indícios e pela consciência dos portugueses de que a orientação sexual do futuro primeiro-ministro seria irrelevante. É precisamente esse o espírito que Sócrates e a sua equipa pretenderão recuperar agora. Quem o explica é Serapião Douglas, especialista em marketing político e campeão distrital de columbofilia de alta competição: “É muito difícil ou quase impossível que alguém se faça de vítima perante acusações de corrupção, sendo a vitimização um dos elementos em que o primeiro-ministro alicerça grande parte do seu discurso. Há quem consiga, mas nem todos poderão ter o talento nato de uma Fátima Felgueiras ou de um Isaltino Morais. Com as alegações de homossexualidade, pelo que comportam de drama pessoal e de violação de privacidade, passa-se o contrário.” Outro elemento de peso é a aura de honestidade que rodeia a homossexualidade, verificando-se que são inúmeras as figuras públicas heterossexuais envolvidas em casos de corrupção enquanto que as figuras públicas portuguesas de homossexualidade assumida mantêm a sua honestidade impoluta, tanto no caso da cantora Dina como no caso de Manuel Luís Goucha. No seu próximo comunicado ao país sobre o caso Freeport, Sócrates vestirá um kimono de seda pura e mover-se-á ao som de “I Will Survive” de Gloria Gaynor.
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