A utilização de um contentor como “sala de aula” exclusiva para crianças ciganas numa escola do concelho de Barcelos não é caso único. Ao que o Porto da Espada apurou, uma turma de vinte alunos ciganos de Guimarães tem aulas numa carrinha Ford Transit estacionada nas traseiras da escola. Para Margarida Moreira, directora regional de Educação do Norte, trata-se de mais um caso de discriminação positiva e não há motivo para alarido. “Estas crianças passam já grande parte das suas vidas em carrinhas, a caminho das feiras onde os pais negoceiam e, como tal, estarão no seu ambiente,” explica, acrescentando que o comentário não é racista “porque é verdade”. Além disso, para a responsável máxima da DREN, a história ensina que enfiar minorias étnicas em contentores e carrinhas não é reprovável. Em vagões de comboio é que sim. Margarida Moreira aproveitou a oportunidade para esclarecer algumas das declarações polémicas feitas recentemente à comunicação social. Assim, explica que quando se referiu à utilização do contentor em Barqueiros como “um projecto bem-sucedido de inclusão”, não se referia à inclusão das crianças no sistema escolar (falhada), mas sim à sua inclusão dentro do contentor (um completo sucesso). Quanto à referência a “discriminação positiva”, lembra que o contentor facilmente será transportado para outras localizações por intermédio de uma grua e de um camião, revolucionando o conceito de visita de estudo. Margarida Moreira foi notícia aquando da suspensão de um professor por contar uma anedota sobre o primeiro-ministro, mas garante que, de então para cá, adquiriu sentido de humor e, para o provar, partilhou uma anedota lida em circular do ministro da Presidência: Quantos Sócrates são precisos para mudar uma lâmpada? Nenhum. A lâmpada não está fundida. A oposição e os jornalistas podem dizer que sim, mas estão a criticar por criticar e a alimentar campanhas negras.
1 comentários:
E mesmo assim atenção, só será reprovável se for em vagões de gado. No entanto se as velhas linhas para leste fossem reactivadas aí sim, seria um caso a pensar.
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