esolvida a questão do treinador, o Benfica procura agora solidificar a estrutura que sustenta a equipa principal de futebol. A primeira novidade é a definição de um nível intermédio entre treinador e director desportivo e a pessoa escolhida para facilitar a comunicação entre Rui Costa e Jesus foi Alexandra Solnado, filha de um comediante veterano e convertida nos últimos anos em guru espiritual e autora de bestsellers de auto-ajuda. “Soubemos que existia já alguém que comunicava regularmente com Jesus e que apregoava a riqueza dessa troca comunicacional e decidimos que era a aposta correcta para o nosso projecto”, explicou Rui Costa, acrescentando: “Depois disso, descobrimos que o Jesus em questão era outro, mas era tarde demais e o contrato estava assinado. Não será a primeira vez que contratamos alguém e descobrimos, pouco depois, que não era bem quem queríamos. É uma coisa que acontece muito por aqui.” A descoberta do equívoco deu-se quando Alexandra Solnado foi convidada a deslocar-se às instalações do clube para ser apresentada em conferência de imprensa e, com Jorge Jesus sentado a seu lado, começou a “comunicar” com outro Jesus, dirigindo-se directamente ao que descrevia como “uma imensa bola de luz” e que era apenas um projector. Felizmente, os únicos órgãos de comunicação interessados no evento foram a Benfica TV, o jornal do clube e o semanário taurino “Farpas”, cujo repórter foi induzido em erro e julgou vir para uma novilhada. A direcção apressou-se a cancelar a conferência de imprensa e a transmissão em directo na Benfica TV foi substituída por uma repetição da Rrubrica “Na Cozinha com os Craques” em que o antigo avançado sueco Mats Magnusson partilhou a sua célebre receita de arenques em molho de cebolada. Apesar do equívoco, Jorge Jesus admitiu ter feito um esforço para trabalhar com Alexandra Solnado, mas os resultados não foram positivos. “Tentei falar com a senhora para estudar a melhor forma de ajudarmos o clube, mas ela agachou-se a um canto e começou a bater palmas a uma tomada e a perguntar-me se não ouvia a música bonita de harpas e sinetas tocada por anjos com cabeça de esquilo”, conta o técnico. Outra vítima deste comportamento bizarro foi Pedro Mantorras, que Alexandra Solnado abordou num corredor do estádio e a quem disse que o Céu lhe ordenava que barrasse a testa do internacional angolano com margarina, ao que o jogador terá acedido, mas apenas depois de confirmar que se tratava de margarina sem sal adequada à sua dieta de atleta de alta competição.
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