Mulher toureira espanhola do final do séc. XIX que se tornou conhecida mais pelo facto de ter sido retratada pelo célebre desenhador Gustavo Doré que por seus méritos como lidadora. Era andaluza e, ao contrário da maioria das toureiras, actuava com trajos femininos: um corpete justo e saia fartamente rodada com folhos de renda.
Cachucho
Touro da ganadaria de Veragua que foi considerado um verdadeiro fenómeno de bravura. Lidado na praça de Málaga a 16 de Junho de 1878, levou 17 varas, matando 8 cavalos. Ficava recargando durante longo tempo e de tal maneira foi castigado pelos picadores que o seu "morillo" ficou completamente destroçado. Quando passou às mãos de Rafael Molina "Lagartijo" e após uma derradeira investida, caiu para não mais se erguer, tendo de ser "apuntilhado".
Mariano Ceballos "El Indio"
Lidador do séc. XVIII, muito provavelmente natural da Argentina, que se apresentou em Buenos Aires em 1772. Alguns êxitos alcançados animaram-no a vir a Espanha, apresentando-se em Pamplona no ano de 1775. Percorreu depois as principais praças do país, toureando a pé e a cavalo e sena primeira modalidade se mostrava vulgar, na segunda tornou-se notável por sua maestria não só na lide propriamente dita como no lançamento das reses. Além disso executava outros exercícios entre os quais o mais arriscado era aquele que consistia em sujeitar e montar um touro para assim lidar e matar outro, numa acção tão curiosa que mereceu a Goya e Lucientes a honra de figurar numa das gravuras da série «Tauromaquia». Ao que parece, o famoso lidador foi mortalmente colhido por um touro em Tudela.
Aos cobardes não se atiram flores!
Célebre frase do matador António Reverte, certa tarde em Granada. Depois de uma faena cheia de arrogância e sabor toureiro, quando se perfilou para entrar a matar, mão feminina lançou-lhe uma flor, que caiu na arena, entre ele e o touro. Sem hesitar, António baixou a muleta e curvando-se apanhou a flor,justamente no momento em que o touro arrancava, colhendo-o e volteando-o aparatosamente. Felizmente saiu ileso do acidente e pôde acabar a lide com uma grande estocada. Quando os amigos o repreendiam pelo seu gesto temerário que bem lhe podia ter custado a vida, Reverte respondeu com a maior naturalidade: - Que queriam que eu fizesse? Se procedesse de outro modo teria sido considerado cobarde e aos cobardes não se atiram flores.
Este apontamento dá bem uma ideia do espírito cavalheiresco deste toureiro, figura curiosíssima entre os do seu tempo.
O infeliz Juan Nacional Anlló Y Orrio
Juan Nacional Anlló Y Orrio - Matador de touros nascido em Zaragoza a 11 de Janeiro de 1893. Apresentou-se como novilheiro em 1918, mas só três anos depois conseguiu destacar-se. Toma então a alternativa que lhe é concedida por Alcalareño em Oviedo, na tarde de 21 de Setembro de 1921. Bom toureiro e excelente estoqueador, conseguiu desfrutar de uma situação de certo relevo entre os matadores do seu tempo. Em 4 de Outubro de 1925, estando a assistir a uma corrida em Soria, travou-se de razões com um espectador que estava dirigindo insultos ao espada que se exibia na arena, em consequência do qual outro espectador atirou com uma garrafa que veio estilhaçar-se na cabeça de Juan Anlló. No momento, ninguém, nem o próprio atingido, deu ao facto importância de maior. Como fossem detidos os causadores da desavença, só passadas horas e quando já se encontrava preso é que Nacional se sentiu rapidamente piorar e com aspectos tão graves que todos os socorros foram infrutíferos. Assim, em consequência dos ferimentos recebidos e depois de ter sido submetido a trepanação, o infeliz Juan Anlló falecia na tarde do dia 6 desse Outubro de 1925.
Aleluyas
Aleluyas - Nome que se dava a antigas publicações, por meio das quais se pretendia realçar a arte de determinado toureiro ou festejar algum acontecimento extraordinário.
Estes curiosos prospectos, de carácter profundamente popular e sem qualquer intenção publicitária, tinham por fim exaltar a figura ou determinada façanha de um toureiro. Eram constituídas por uma série de desenhos focando diversas fases da arte e vida do ídolo ou do acontecimento que se desejava celebrar, tudo acompanhado de um texto em verso em que as rimas se obtinham das maneiras mais pitorescas. As aleluyas valiam especialmente pela sua flagrante ingenuidade e pela forma como traduziam a popularidade dos ídolos da arena. Pagas por grupos de admiradores dos toureiros focados, destinavam-se a grande difusão. Tendo-se verificado a maior difusão das aleluyas nos meados do sec. XIX, perante o seu aspecto gráfico não será injusto considerá-las como percursoras da actual banda desenhada.
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