Aborto Ortográfico
«Estamos para com o Acordo Ortográfico, uma aberração sem sentido que não merece sequer que se lhe discuta qualquer mérito, como se esteve para com o disparo do défice e da despesa pública: deixa-se andar e depois vê-se no que dá. Já sabemos o que deu o défice e a dívida. A única força que sustenta o Acordo é a mesma que condenou o país a esta crise profunda: inércia. Está na altura de lhe bater o pé com força, e a causa contra o Acordo até na rua terá sucesso. Bem que o Acordo podia ir junto com a TSU fazer companhia à meia hora de trabalho suplementar.»
(José Pacheco Pereira, Abrupto)
Touradas e outros divertimentos.
Está na moda dizer que o público "se diverte" quando uma corrida é boa. Que me lembre, o termo "divertimento" começou a ser aplicado ao espectáculo taurino em Espanha, por alguns matadores mais gaiteiros, estilo Jesulín de Ubrique ou El Cordobés, filho. Ao presenciarem o salto de la rana e outras finezas, os espectadores não podiam deixar de se rir, e, consequentemente, de se divertir... A moda atravessou a fronteira, e desde aí é vulgar ouvir os nossos artistas e alguns "críticos" concluírem, no fim de um espectáculo animado, que estiveram bem, porque o público se divertiu.
Antigamente, quem se queria divertir ia ao circo ou ao teatro, rir com uma boa comédia. Agora vai-se aos touros. Ao som do pasodoble, batem-se palminhas. Pouco importa que o cavaleiro crave os ferros a cilhas passadas ou que a montada sofra toques: tudo se aplaude, tudo é motivo de "diversão". Não dá mesmo vontade de rir?
Citando Joaquim Grave:
«Se a sorte de varas é o teste para avaliar a bravura de uma rês (...) como se pode avaliar a bravura num Concurso de Ganadarias lidado a cavalo?
Não se pode avaliar a bravura na sua plenitude numa lide a cavalo. Apenas se fica com uma ideia do estilo de investida, pouco mais.»
(Joaquim Grave, ganadeiro, entrevistado sobre o Concurso de Ganadarias de Évora, Diário do Sul, 12-05-09)
Subscrever:
Mensagens (Atom)