«O PS está indisponível para dar a "luz verde" ao casamento homossexual pelo menos na presente legislatura, considerando que antes de se tomar qualquer medida neste sentido é preciso um amplo debate na sociedade portuguesa. A direcção da bancada socialista deverá mesmo impor disciplina de voto.»
Segundo Sócrates, ficámos a saber que Manuela F. Leite é retrógrada. Agora com medo de perder votos nas legislativas o PS recua nesta matéria (ainda bem, digo eu). O que devemos chamar a Sócrates?
13 comentários:
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Subject: Paneleiros
Date: Fri, 19 Sep 2008 09:43:37 -0300
ESTÁ O “BAILE ARMADO”
CASAMENTOS HOMOSSEXUAIS CRIA ROTURA NO PS
Manuel Abrantes
Segundo publica o “Diário de Notícias” a direcção nacional do PS receia que possa haver uma rebelião no grupo parlamentar socialista quando da discussão do projecto do Bloco de Esquerda para legalizar o casamento entre homossexuais. O DN sabe que as indicações vieram do secretariado e que a direcção do grupo parlamentar impôs ontem o voto contra do PS no próximo dia 10. Mas a reunião de ontem da bancada foi um prenúncio de que a matéria não é nada pacífica. No dia 10, a rebelião poderá estender-se a cerca de 30 deputados.
Ontem, um grupo de pouco mais de uma dezena de deputados, liderados por Paulo Pedroso, pediu a palavra para dizer que a liberdade de voto nestas matérias é uma exigência. O antigo braço-direito de Ferro Rodrigues, que regressou esta semana ao Parlamento, lembrou que existe uma Declaração de Princípios do PS, aprovada no congresso de 2002. O deputado disse ser a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Contra a obrigatoriedade do voto contra falaram vários deputados da JS (entre os quais o ex-líder Pedro Nuno Santos) e ainda Maria de Belém, Miguel Coelho (líder do PS/Lisboa), Vasco Franco, Ventura Leite, Marcos Sá e Ricardo Gonçalves. Este último resume o espírito, em declarações ao DN: "Este é um problema de consciência de cada um, tem a ver com o que cada um pensa sobre a matéria. Eu até posso ser a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo e achar que não é a altura de seguir o projecto do BE. Mas não prescindo da liberdade de voto". Ao fim da tarde, também José Eduardo Vera Jardim, antigo ministro da Justiça, veio reconhecer a necessidade de haver liberdade de voto. Contra a ideia falou Alberto Martins, líder parlamentar, e o porta-voz do PS, Vitalino Canas, que se resguardaram na ideia de que não existe um mandato para discutir a matéria que não consta do programa de Governo.
E NÃO HÁ LOBBY GAY…
Tal como afirmei na peça anterior ainda acredito que, como se aproximam actos eleitorais, os socialistas optem pela não aprovação dos casamentos homossexuais.Não é por acaso que os comunas apresentaram os seus projectos nesta altura. Sabiam que deixavam os socialistas entre a espada e a parede.Porque, se o calendário eleitoral não estivesse tão próximo, seriam os socialistas a apresentarem os tais projectos. Aliás, Sócrates já afirmou que essa discussão “ainda não era oportuna”. Assim, os comunas adiantaram-se na corrida.Se não houver reviravolta política nas próximas Legislativas podem contar com a aberração dos casamentos de homens com homens e de mulheres com mulheres.
Este será um facto.
Esta reviravolta apressada para aprovação e discussão do tema não foi por acaso. Se por um lado os comunas quiseram-se adiantar aos socialistas e, simultaneamente, encosta-los à parede, por outro, estão com medo dos resultados que possam advir das próximas legislativas.
Tudo aponta para que o tempo do “quer, posso e mando” dos socialistas está a chegar ao fim. Claro que o lobby gay está atento a isto e não perdeu tempo a elaborar estratégias. E, nada melhor do que os bloquistas para as porem em prática. Os bloquistas e o apêndice pcista “os verdes”.
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E, já agora:
- Será que foi por acaso a reentrada de Paulo Pedroso na Assembleia nesta altura do campeonato ?
Isto, sem esquecer que este tema atira para segundo plano outro dos temas quentes : o dos divórcios a pedido. E isto interessa – e muito – ao PS.
São tudo coincidências ?
Será….
Manuel Abrantes
Pois é caro amigo, Portugal no seu melhor!
Os "rotos"(assumidos, encapotados, deputados e ministros)são muito progressistas. Só não entendo porque é que querem ter acesso a uma "instituição" (contrato) tão conservadora como é o casamento...
Artur, pelo facto de pagarem impostos (esse capricho tão institucional) e não poderem ter acesso aos mesmo direitos que os outros.
Cidadãos de segunda com direitos de segunda, logo, impostos de segunda. O que não acontece.
Chamem casamento ou união civil...
Trureloo,
Amélia
Caro Amélia
O senhor assume publicamente a sua orientação sexual, e muito bem.
Mas não queira impor as suas opiniões sobre o lobí gay.
Senhor Amélia, não confunda as coisas. A Familia é uma Instituição em que entra um Homem e uma Mulher, e não Pessoas do mesmo sexo.
Com isto, está tudo dito.
Anónimos, se uma opinião particular é necessariamente veicular a propaganda de um lobi, então, no vosso caso, posso conotar ambos com o PNR. Ou não? Já diz o ditado, ou há Democracia, ou comem todos pela mesma medida.
Já agora, por falar em Democracia, costumam votar ou são abestencionistas regulares? É que eu nunca falhei uma ida às urnas nem nunca fuji aos impostos...
Por fim, eu falei em uniões civies não mencionei Família, porque o assunto da adopção é outra coisa. Mas se a Família é o sentido bíblico, recomendo que leiam o que a Igreja andou a fazer em nome da defesa da Família por alturas da Idade Média.
Não sou fundamentalista na minha razão e nas minhas convicções e, por isso mesmo, tenho pena que as pessoas partam para as discussões públicas já com ideias pré-concebidas e, sobretudo, sem estarem predispostas a ouvirem os outros.
Amélia:
O casamento de homossexuais vai ser aprovado brevemente. Pode não ser nesta legislatura mas será com certeza na próxima. Depois de aprovado virão as habituais lamúrias de que os valores estão a desaparecer.
Eu não concordo com a união de homossexuais na forma de casamento porque este é muito mais do que um contrato jurídico. Assenta numa tradição milenar de união entre homem e mulher, em que ambos optam por um projecto comum de vida que consiste na constituição de uma família. Um dos elementos dessa união, mas não o único, como Ferreira Leite disse erradamente, é a procriação. O casamento é, provavelmente, e a seguir ao nascimento, o acontecimento mais importante das nossas vidas.
A união entre dois homens ou duas mulheres é uma realidade que vai claramente para além do que a tradição nos ensina a este respeito. Na união entre homossexuais a procriação é naturalmente impossível. Mais, a educação de uma criança com base em dois pais ou duas mães é claramente indesejável pela perda de complementaridade que existe nos ensinamento recebidos em simultâneo do pai e da mãe. Por isso não faz sentido a adopção de crianças por homossexuais. Já bastam as situações, infelizmente cada vez mais comuns, em que os casamentos se desfazem e as crianças sofrem as respectivas consequências.
Mas a vida em comum de homossexuais é uma realidade que a direita se recusa a considerar. Como esta atitude não é sustentável, enquanto a direita continua a insistir, de uma forma casmurra, no 'não' sem apresentar qualquer alternativa, os socialistas levam a 'àgua ao seu moinho' e impõem o 'progressivismo' que os caracteriza.
Porque é que a direita não propõe uma alternativa ao casamento que reconheça a existência de uniões entre homossexuais? Porque é que a direita deixa passivamente destruir a instituição válida e com provas dadas ao longo de séculos que é o casamento? Questões que ultrapassam a minha compreensão.
Artur:
Não me viu referir que o casamento entre homossexuais deveria seguir os mesmos procedimentos e nível que um casamento tradicional.
Mas há que não esquecer que nem todos os casamentos actuais são iguais. Nem todos são pela Igreja, muitos celebram só a união de duas pessoas sem grande envolvente familiar, nem prestarem a devida solenidade que tal momento merece, nem cumprem o que foi celebrado na cerimónia.
Por isso, o próprio casamento está em crise e importa redefini-lo para bem da sociedade.
Sobre a união entre homossexuais, o pior cego é quem não quer ver. E desprezar pessoas que são elementos válidos para a sociedade, é como repetir o mesmo erro com a expulsão dos judeus no tempo da Inquisição. O "orgulhosamente sós" já custou muito sangue, suor e lágrimas a este país e deveríamos reflectir melhor quando se opta por esse caminho.
Sobre a adopção: nada melhor que uma criança que ter duas figuras presentes: uma materna e outra paterna. E nem dois homens, nem duas mulheres podem oferecer tal coisa. Por isso, acho que a adopção deverá ser restrita a casais heterossexuais.
Todavia, deixem-me fazer-vos uma provocação: preferem ver uma criança ser criada num orfanato até aos 16 ou ser educada por dois pais, ou duas mães? Nestes casos, eu acho, que sendo impossível achar casais heterossexuais que queiram/possam adoptar essas crianças, poderá haver espaço para a adopção por casais homo devidamente referenciados e bem estudados.
Outra coisa que me desgosta é que um dia irá ser aprovada uma lei sem o envolvimento e/ou esclarecimento da população. É que há já muita opinião (a favor e contra) baseadas em preconceitos sem bases e errados. E isso é, na minha opinião, falha da Democracia...
Mas parece que mesmo dos dois lados o entendimento é possível se ambos os lados estiverem prontos a negociar. Para tal têm de ser flexíveis e dispostos em ceder em determinadas áreas e perceber que o mundo mudou.
Trureloo,
Amélia
Senhor Amélia
Olho bem aberto!!! Tudo o resto é conversa...
Senhor anónimo,
Qual olho?
No meio deste debate civilizado, não vem muito a propósito..., por isso pedia que me esclarecesse. Obrigado!
Anónimo:
Especifique por favor: "olho" ou "vista".
«Mas parece que mesmo dos dois lados o entendimento é possível se ambos os lados estiverem prontos a negociar. Para tal têm de ser flexíveis e dispostos em ceder em determinadas áreas e perceber que o mundo mudou.»
Concordo plenamente. Porque não se aprova a união de facto? Não servirá ela os proppósitos dos Homosexuais?
Eu cá acho que, mesmo para aqueles que querem equipação no casamento entre géneros, esse primeiro passo serviria muito bem. Para além de se testar junto da sociedade a reacção perante tal feito e eventuais degraus seguintes.
E é exactamente isso que está em discussão na AR. Com os jornais a chamar a discussão dos "casamentos gays" e a lançar a confusão na população em vez de informar e elucidar. Enfim...
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