Homem inteligente, ligado ao desporto, bom orador e respeitado pelas suas gentes. Assim é Franz Beckenbauer. Já Gilberto Madaíl, não é nada disto, e é sobre ele que vou falar. Gilberto Parca Madaíl nasceu a 14 de Dezembro de 1944 na República Democrática do Congo, antigo Zaire. Ele é um dos exemplos que quando um africano entra em Portugal, nem sempre é para trabalhar nas obras e construir uma barraca. No entanto, Madaíl causa mais transtorno a um português que um guineense residente na Cova da Moura a um agente da PSP. Quando se mudou para Portugal, Madaíl vai para a Aveiro e é aí que constrói grande parte da sua vida. Essa passagem, é aliás, bem visível nos traços da sua personalidade, pois desde cedo que o Presidente da Federação se habituou a ser como os ovos: mole. Desde cedo os seus colegas e amigos o alertaram para a necessidade de contrariar as características da sua personalidade, mas ele sempre teve a desculpa perfeita: não é fácil ser-se um duro, quando se tem por nome, Gilberto. A sua ligação ao desporto iniciou-se ainda durante o percurso académico, tendo sido praticante amador de Futebol e Basquetebol na Universidade. Tendo em conta o seu porte atlético diria que essa prática não durou muitos anos, ou que pelo menos no futebol, era certo que ia à baliza. No futebol, iniciou a sua carreira directiva no SC Beira-Mar, e anos depois, a sua passagem pelo clube ainda é visível. Aliás, não deixa de ser espantoso como é que, apesar de tudo, o clube apenas desceu à Segunda Liga. O primeiro cargo que exerceu na Federação Portuguesa de Futebol foi o de Presidente da Mesa da Assembleia Geral. De facto, quem almoça com Gilberto Madaíl afirma que se há cargo que lhe assenta bem, é de Presidente da Mesa. Esse, ou um outro qualquer numa cooperativa vinícola. Durante a sua presidência, a UEFA confiou a Portugal a organização de cinco competições internacionais, onde se destaca o Euro 2004, o Campeonato da Europa Sub-21 de 2006, e o Europeu de Futsal de 2007. Qual o seu mérito no sucesso destas competições, é ainda hoje um segredo mais bem guardado do que os estratagemas que tem com Luís Filipe Vieira. No plano técnico, nunca teve muito jeito para escolher ou avaliar a capacidade dos homens. Não nos podemos esquecer que antes de escolher Scolari para seleccionador, já tinha dado o planeamento da candidatura ao Euro2004 a... Carlos Cruz. É portanto normal, que os seus amigos considerem que “escolher” nunca foi com ele. Prova disso, basta ver o que mensalmente ele faz ao cabelo. Em meados dos anos 90, chegou a ser considerado como uma das hipóteses para a cara da L’Oreal, numa campanha que visava vender tintas para o cabelo indicadas para travestis. Recusou, por não ser essa a marca que usava. No plano internacional, Gilberto Madaíl considera-se uma figura incontornável nos principais organismos reguladores do Futebol Mundial, FIFA e UEFA. Para muitos dos directores desses organismos Madaíl faz o mesmo efeito lá, que o José Freixo nas manhãs da SIC. Anima os saloios e não levanta ondas.
0 comentários:
Enviar um comentário