Após arquivamento do processo em que se viram como suspeitos do desaparecimento da filha, Kate e Gerry McCann não vacilam no propósito duplo de a localizar e, simultaneamente, de provar que qualquer culpa que exista não lhes deverá ser atribuída a eles, mas sim a Portugal e a todos os seus habitantes, gente criminosamente estrangeira e morena, incapaz de localizar desaparecidos. Para consubstanciar esta convicção, o porta-voz do casal, Clarence Mitchell, referiu o desaparecimento do rei D. Sebastião em 1578 durante a Batalha de Alcácer-Quibir, sem nunca ter sido encontrado, e anunciou que um grupo de historiadores a soldo dos McCann obteve provas conclusivas de que a investigação ao desaparecimento do jovem monarca foi conduzida por um tal Lopo Mendo do Amaral, antepassado em linha directa de Gonçalo Amaral, ex-inspector da Polícia Judiciária afastado do caso Maddie por cheirar mal dos pés. Para lavar a honra ultrajada pela constituição como arguidos, o mediático casal britânico pretende exigir um pedido de desculpas por escrito a todos os cidadãos portugueses (ou em gravação áudio aos nossos muitos analfabetos) e o pagamento de uma indemnização a todos os que acharam a sua história mal contada, agravando-se a quantia se tiver havido formulação de teorias, dizendo, por exemplo, que os McCann deixaram morrer a criança por negligência grosseira, fazendo desaparecer o cadáver num enojante churrasco canibal com familiares e amigos.
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