Computador Magalhães coloca-se ao serviço dos espanhóis.


A notícia caiu como um autêntico balde de água fria sobre as ambições tecnológicas do governo socialista. O Magalhães, computador simplificado destinadado ao público infantil apresentado esta semana por um José Sócrates eufórico, traz um erro de software que, depois do terceiro arranque do equipamento, adopta o castelhano como primeira língua, coloca uma fotografia da selecção campeã europeia de futebol como fundo do ambiente de trabalho e substitui todos os tons sonoros por trechos de flamenco. Não deixa de ser irónico que o equipamento se tenha "vendido" desta forma aos espanhóis, precisamente como fez o navegador português cujo nome recebeu. O primeiro-ministro, no entanto, não apreciou a ironia e continua a insistir nas qualidades de algo que foi apresentado como sendo "o primeiro computador de fabrico português", apesar de se tratar de um produto destinado ao terceiro-mundo que a empresa americana Intel já comercializa há algum tempo. "O Magalhães representa o melhor de que os portugueses são capazes na apropriação de méritos alheios como nossos", referiu, voltando a apontar a utilidade do equipamento como primeiro contacto dos jovens com a informática. E com razão. Afinal, quando temos crianças que mal sabem falar já a utilizar computadores normais, nada será mais útil do que atrofiar-lhes essa habilidade natural com um computador "para totós", que exigirá posterior e penosa transição para o equipamento "adulto". O rumor de que a alegria de Sócrates na apresentação do projecto se deve ao facto de o Magalhães ser o único computador que consegue utilizar permanece sem confirmação.
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